“Importa que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3.30).
A melhor definição para espiritualidade é a experiência de uma vida que espelha Cristo. Todos os esforços humanos para alcançar um nível espiritual excelente falham quando a Pessoa de Cristo fica obscurecida. E a revelação plena do Cristo em nós que leva ao grau majestoso da vida espiritual. A iniciativa divina de romper as restrições relacionais abriu-nos as portas das mais profundas dimensões do relacionamento com Deus. Pensamos sobre Deus quando estudamos sua Palavra (teologia), experimentamos a realidade de um relacionamento quando vivemos, cotidianamente, a experiência do encontro com Cristo. E isto se chama espiritualidade.
a) A espiritualidade não se isola da vida. O texto de João 1.14 é decisivo: “o verbo se fez carne”. A verdade que esse texto expõe é magnífica: a espiritualidade acontece na vida! Pode até parecer estranho, paradoxal: espiritualidade e carne. Contudo, é exatamente esse o propósito da vida cristã abundante – revolucionar a vida em sua plenitude (Jo 10.10b).
b) A espiritualidade não se fecha no egoísmo. Não pode haver uma espiritualidade da competição. Isso ocorre quando sucumbimos à tentação de classificar nosso desempenho espiritual. Alguns fazem verdadeiros campeonatos de espiritualidade: quem é mais espiritual; quem é mais divino. Entretanto, no âmbito da espiritualidade genuína, a questão, curiosamente. se inverte: não se trata de ser “o mais”, mas “o menos”. Vale a declaração de João Batista: “importa que ele cresça e eu diminua” (Jo 3.30). Quando as correntes do egoísmo se quebram, livres, podemos voar na dimensão de uma espiritualidade sadia.
Todos tem marcas. Elas são testemunhos mudos da nossa história. O envolvimento com Deus também produz uma marca: o encontro com o Pai. Na dimensão da espiritualidade, precisamos de marcas. Precisamos carregar na alma toda a intensidade, toda a maravilha produzida pelo mergulho na profundidade da relação com Deus. Infelizes são os que nunca tiveram as marcas de Cristo (Gl. 6.17). Quando temos a honra de tê-las, temos um atestado histórico de que somos soldados do Rei dos reis.
a) A marca da transformação.
Se não temos experimentado uma transformação radical em nossa vida, então algo está profundamente errado com nossa espiritualidade. Somos convocados à mudança. Somos chamados a viver em “novidade de vida” (Rm 6.4). Experimentar uma vida que seja digna de ostentar o nome abençoado de “cristãos”. Essa transformação não significa que Deus irá nos transformar em “super-heróis” da espiritualidade. Ele não quer heróis, mas servos! Também não significa que Ele nos transformará naquilo que nunca fomos, pois isso seria admitir um erro no projeto original de Deus, e Ele não erra!
b) A marca da alegria
Espiritualidade sem alegria é contradição. Uma vez que vivemos as mais profundas dimensões do relacionamento com Deus, é absurdo que vivamos sem a experiência da alegria. Como vivemos num mundo marcado pelo pecado, inevitavelmente experimentamos a tristeza, a apatia, a sensação da angústia. Mas, mesmo quando esses sentimentos aparecem, a espiritualidade se eleva.
Em João 17, Jesus ora por seus discípulos. No versículo 15, Ele pede: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal”. Nessa oração magistral, Jesus enfatiza toda a amplitude da espiritualidade: somos espirituais e humanos. Não somos chamados para assumir uma “espiritualidade angelical”, como uma espécie de invisibilidade cristã. Não somos “fantasmas celestiais”. A grande verdade da espiritualidade é que quanto mais humanos nos tomamos, mais espirituais somos; e quanto mais espirituais somos, mais humanos nos tomamos.
a) É o Espírito Santo quem nos guia na verdade - Em João 14.26, Jesus avisa aos discípulos que o Consolador “ensinará todas as coisas”. Quando temos a consciência de nossa ignorância, podemos nos abrir para a educação do Espírito. Jeremias 33.3 é enfático: “coisas grandes e firmes que não sabes”. Não pode haver espiritualidade e síndrome de grandeza. Espiritualidade e humildade andam juntas. Quando assumimos que não sabemos é que podemos começar, a saber.
b) Precisamos do Fruto do Espírito - O texto de Paulo aos Gálatas 5.22,23 é a forma mais resumida da vida de Cristo. É o Fruto do Espírito que alimenta o Cristo que vive em nós. O teólogo John Stott escreveu que “O Fruto do Espírito é um retrato de Jesus Cristo. Nenhum homem ou mulher até hoje apresentou estas qualidades com tal equilíbrio e perfeição como o homem Jesus Cristo”. A espiritualidade que o Fruto do Espírito carrega é plena, pois abraça toda a experiência humana. Amor, alegria e paz é o caráter curado, a intimidade equilibrada. Longanimidade, benignidade e bondade é o caráter expresso na comunidade, na relação comunitária curada. Fé, mansidão e domínio próprio é o caráter expresso para com Deus em sua mais sublime forma. Quando o Fruto do Espírito é trabalhado em nós, somos perfeitamente espirituais e humanos. Plenos da espiritualidade e gratos na humanidade.
c) Espiritualidade não é um processo restrito ao templo - Ela extrapola os limites do edifício. Ela acontece nos dilemas da vida. Não podemos alimentar uma espiritualidade que se acorrenta à agenda dos cultos. Ela não acontece apenas nos dias de cultos, mas, principalmente, nos outros dias onde a igreja (os outros irmãos) está ausente. Como projeto integral, ela afeta todas as áreas, todos os instantes, todas as dimensões da vida. Ela não falta à festa nem ao funeral. Ela marca presença do nascimento à morte.
c) Espiritualidade no trabalho – o grande chamado da espiritualidade está em revelar Cristo em ambientes não-cristãos. E revelar a glória de Deus em ambientes de indiferença. Em Gênesis 39.9, José, na casa de Potifar, num contexto de idolatria, de tentação sexual, responde à tentação e ao conflito com uma atitude que apontava para a consciência de que Deus estava com ele ali no trabalho também. Ele olha para a esposa de Potifar e diz: “como, pois, posso cometer este tão grande mal, e pecar contra Deus?”. José vive uma espiritualidade integral, que compreende que Deus está presente em toda e qualquer situação, e não somente nos domínios da igreja.
d) O poder de vencer o vazio - o escritor russo Dostoiévski afirmava que “na alma humana há um vazio do tamanho exato de Deus”. O exercício de uma plena espiritualidade nos garante o preenchimento do vazio. Somos livres do desespero da ausência. Temos a certeza feliz de que nos momentos de incerteza, insegurança ou decepção, a garantia da tranqüilidade está firmada no caráter de Deus, que podemos sentir através da espiritualidade que não cansa de se “encher do Espírito” (Ef 5.18).
Quando vivemos para Deus, nossas vidas se transformam em memoriais, em testemunhos plenos da grandeza de um Deus que permite sermos seus filhos. John Piper escreveu que “Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos Nele”.
A DEFINIÇÃO DA ESPIRITUALIDADE CRISTÃ
a) A espiritualidade não se isola da vida. O texto de João 1.14 é decisivo: “o verbo se fez carne”. A verdade que esse texto expõe é magnífica: a espiritualidade acontece na vida! Pode até parecer estranho, paradoxal: espiritualidade e carne. Contudo, é exatamente esse o propósito da vida cristã abundante – revolucionar a vida em sua plenitude (Jo 10.10b).
b) A espiritualidade não se fecha no egoísmo. Não pode haver uma espiritualidade da competição. Isso ocorre quando sucumbimos à tentação de classificar nosso desempenho espiritual. Alguns fazem verdadeiros campeonatos de espiritualidade: quem é mais espiritual; quem é mais divino. Entretanto, no âmbito da espiritualidade genuína, a questão, curiosamente. se inverte: não se trata de ser “o mais”, mas “o menos”. Vale a declaração de João Batista: “importa que ele cresça e eu diminua” (Jo 3.30). Quando as correntes do egoísmo se quebram, livres, podemos voar na dimensão de uma espiritualidade sadia.
AS MARCAS DA ESPIRITUALIDADE CRISTÃ
a) A marca da transformação.
Se não temos experimentado uma transformação radical em nossa vida, então algo está profundamente errado com nossa espiritualidade. Somos convocados à mudança. Somos chamados a viver em “novidade de vida” (Rm 6.4). Experimentar uma vida que seja digna de ostentar o nome abençoado de “cristãos”. Essa transformação não significa que Deus irá nos transformar em “super-heróis” da espiritualidade. Ele não quer heróis, mas servos! Também não significa que Ele nos transformará naquilo que nunca fomos, pois isso seria admitir um erro no projeto original de Deus, e Ele não erra!
b) A marca da alegria
Espiritualidade sem alegria é contradição. Uma vez que vivemos as mais profundas dimensões do relacionamento com Deus, é absurdo que vivamos sem a experiência da alegria. Como vivemos num mundo marcado pelo pecado, inevitavelmente experimentamos a tristeza, a apatia, a sensação da angústia. Mas, mesmo quando esses sentimentos aparecem, a espiritualidade se eleva.
SOMOS ESPIRITUAIS E HUMANOS
a) É o Espírito Santo quem nos guia na verdade - Em João 14.26, Jesus avisa aos discípulos que o Consolador “ensinará todas as coisas”. Quando temos a consciência de nossa ignorância, podemos nos abrir para a educação do Espírito. Jeremias 33.3 é enfático: “coisas grandes e firmes que não sabes”. Não pode haver espiritualidade e síndrome de grandeza. Espiritualidade e humildade andam juntas. Quando assumimos que não sabemos é que podemos começar, a saber.
b) Precisamos do Fruto do Espírito - O texto de Paulo aos Gálatas 5.22,23 é a forma mais resumida da vida de Cristo. É o Fruto do Espírito que alimenta o Cristo que vive em nós. O teólogo John Stott escreveu que “O Fruto do Espírito é um retrato de Jesus Cristo. Nenhum homem ou mulher até hoje apresentou estas qualidades com tal equilíbrio e perfeição como o homem Jesus Cristo”. A espiritualidade que o Fruto do Espírito carrega é plena, pois abraça toda a experiência humana. Amor, alegria e paz é o caráter curado, a intimidade equilibrada. Longanimidade, benignidade e bondade é o caráter expresso na comunidade, na relação comunitária curada. Fé, mansidão e domínio próprio é o caráter expresso para com Deus em sua mais sublime forma. Quando o Fruto do Espírito é trabalhado em nós, somos perfeitamente espirituais e humanos. Plenos da espiritualidade e gratos na humanidade.
c) Espiritualidade não é um processo restrito ao templo - Ela extrapola os limites do edifício. Ela acontece nos dilemas da vida. Não podemos alimentar uma espiritualidade que se acorrenta à agenda dos cultos. Ela não acontece apenas nos dias de cultos, mas, principalmente, nos outros dias onde a igreja (os outros irmãos) está ausente. Como projeto integral, ela afeta todas as áreas, todos os instantes, todas as dimensões da vida. Ela não falta à festa nem ao funeral. Ela marca presença do nascimento à morte.
c) Espiritualidade no trabalho – o grande chamado da espiritualidade está em revelar Cristo em ambientes não-cristãos. E revelar a glória de Deus em ambientes de indiferença. Em Gênesis 39.9, José, na casa de Potifar, num contexto de idolatria, de tentação sexual, responde à tentação e ao conflito com uma atitude que apontava para a consciência de que Deus estava com ele ali no trabalho também. Ele olha para a esposa de Potifar e diz: “como, pois, posso cometer este tão grande mal, e pecar contra Deus?”. José vive uma espiritualidade integral, que compreende que Deus está presente em toda e qualquer situação, e não somente nos domínios da igreja.
d) O poder de vencer o vazio - o escritor russo Dostoiévski afirmava que “na alma humana há um vazio do tamanho exato de Deus”. O exercício de uma plena espiritualidade nos garante o preenchimento do vazio. Somos livres do desespero da ausência. Temos a certeza feliz de que nos momentos de incerteza, insegurança ou decepção, a garantia da tranqüilidade está firmada no caráter de Deus, que podemos sentir através da espiritualidade que não cansa de se “encher do Espírito” (Ef 5.18).
CONCLUSÃO
A verdadeira espiritualidade é uma mistura sublime entre nós e o Eterno. Cada experiência que vivemos nos conduz ao abraço do Pai, ao lugar de reflexão onde respiramos o ar abençoado da vida abundante (Jo 10.10).Quando vivemos para Deus, nossas vidas se transformam em memoriais, em testemunhos plenos da grandeza de um Deus que permite sermos seus filhos. John Piper escreveu que “Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos Nele”.
| Autor: Pr Josias Moura